DELMIRA DE OLIVEIRA LOPES
Nascida em Itapetininga em 29 de julho de 1886, Delmira era filha de Silvino José de Oliveira e Balbina de Oliveira. Formou-se no ano de 1903, na Escola Complementar de Itapetininga, hoje Instituto de Educação Dr. Peixoto Gomide.
Chegou em Villa Americana em 1904 e começou a lecionar na segunda escola feminina. Seus primeiros colegas foram seu irmão, Silvino José de Oliveira, sua cunhada, Olympia Barth de Oliveira, Risoleta Lopes Aranha, João Solidário Pedroso, Clarice Costa Conti e Otávio Soares de Arruda.
Com a fundação do Grupo Escolar “Dr. Heitor Penteado”, trabalhou com o professor Alcindo Soares do Nascimento, primeiro diretor da escola, e com Maria José de Mattos Gobbo. Foi fundadora de escolas para crianças com idade não escolar, o que passou a chamar a atenção, pois seus alunos chegavam no primário quase alfabetizados. Pertencente a uma família de músicos, também lecionou piano.
Foi casada, pela primeira vez, com o farmacêutico e médico Cândido Cruz, o médico dos pobres de Villa Americana, que também foi subprefeito no período distrital. Cândido Cruz foi assassinado em 12 de fevereiro de 1921 por seu cunhado, José Augusto de Oliveira.
Delmira casou-se, pela segunda vez, com o farmacêutico mineiro Flavio Lopes, que havia sido funcionário de seu primeiro marido. Flávio foi o último subprefeito do Distrito de Paz de Villa Americana e, com a elevação a município, foi eleito vereador por dois mandatos, sendo, no primeiro, eleito por seus pares primeiro vice-prefeito de Americana. Flavio foi secretário municipal até a década de 1940.
Delmira foi uma mulher muito ativa, atuando em instituições de caridade e participando da vida político-administrativa da cidade, sendo inclusive responsável por sugestões de nomes de rua do quadrilátero da antiga Matriz de Santo Antônio. Mesmo aposentada, mantinha o respeito de políticos e moradores, chegando a escrever cartas de sugestões, reclamações e elogios a prefeitos.
Em 3 de outubro de 1959, em um comício do candidato a prefeito Cid de Azevedo Marques, Delmira, aos 73 anos de idade, foi reconhecida e ovacionada pelos espectadores e, sob coro gritando seu nome, subiu ao palanque para discursar. Faleceu meses depois, aos 74 anos, em 14 de agosto de 1960, e está sepultada no Cemitério Municipal da Saudade, entre seus dois maridos.
Em 18 de novembro de 1965, o Grupo Escolar do Jardim São Paulo, na rua Florindo Cibin, passou a se chamar “Professora Delmira de Oliveira Lopes”. Na década de 1970, com o crescimento da cidade, passou a dar nome à Escola de Primeiro Grau do bairro Mathiensen.
Outro caso curioso na biografia da professora Delmira é ela possuir um “Hino à Patrona”, após o batismo da escola com seu nome:
Neste dia de festa, contentes
Juntos vamos homenagear
A patrona querida da escola
Professora Delmira será
Para sempre relembrada
Com carinho e com muito amor
Nosso grupo recebe senhora
Seu exemplo de fé e de labor
Nós vimos em busca de luz
Nesta casa de ensino e de amor
Nossos mestres e nós lhe rendemos
Um penhor de respeito e louvor.

